segunda-feira, 24 de agosto de 2015
fim de um ciclo
Quase 3 anos sem postar e o último texto que escrevi faz mais sentido agora do que em qualquer outro momento da minha vida, uma árvore precisa se desprender de todas suas folhas, de todas sua beleza, aguentar um inverno de ventos gelados e fortes até que a primavera chegue e ela possa florescer novamente, tudo tão natural ao longo do tempo, mas ninguém sabe o quão fácil ou difícil isso é pra árvore. E aqui estou eu, com minha última folha seca se desprendendo dos meus galhos, em um movimento aparentemente natural, porém muito dolorido, não por perder uma parte, mas por finalmente se sentir, pelado. E não pelado por escolha própria, pelado por que por tanto tempo assisti todas minhas folhas caindo sem saber o que fazer, sem conseguir entender o por que, ou como impedir, ou sem simplesmente saber que isso era algo natural, que se eu aceitasse doeria menos. Nada dói mais do que ver uma pessoa tão próxima de você, que te conhecia tão bem, quase melhor que qualquer outra pessoa, repentinamente se tornar um estranho. Existe até uma frase sobre relacionamentos que diz que quando você envelhece com uma pessoa, a parte difícil é "growing up without growing apart", que seria crescer sem se distanciar, o que provavelmente foi o que aconteceu. Eu sempre busquei não viver por o que eu falo, mas falar pelo o que eu vivo, e sempre tentei ser sincero comigo mesmo e com a pessoa com quem eu me relaciono. Sei que estou longe de ser perfeito, mas desonestidade nunca foi um defeito meu. O que mais me deixa magoado é não ter visto isso acontecendo, não ter entendido o por que disso acontecer, e mesmo sabendo que eu podia ter feito diferente, eu não quis fazer por medo de tornar meu relacionamento algo que eu nunca quis que fosse.Eu sempre quis estar com alguém forte, independente e que me acrescente tanto quanto eu acrescento pra ela. Acabei não acrescentando nada por medo de continuar sem ser acrescentado, e no final das contas acabei subtraído, sozinho.O problema real da solidão não é a solidão física, mas a solidão emocional. Não tem merda maior no mundo do que saber que ninguém vê e muito menos entendem o que você sente agora, é como ser uma grande incógnita irrelevante na vida em busca de algum encaixe nos padrões da sociedade moderna. Eu nunca me preocupei em encaixar na sociedade moderna, por que sinceramente, nunca senti que faço parte disso, só procurei me adaptar, mas saber que eu tinha alguém que se importava com o que eu era, o que eu sentia e o que eu pensava facilitava isso. Agora eu sou só tudo aquilo que eu mais temi ser na vida, um ponto incerto na história, sem papel, sem rumo certo...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário