Eu encaro a folha em branco na esperança de funcionar como o inverso de um buraco negro.
Sugar toda a minha escuridão, até que não haja nada além de luz na existência normal, fora dessa força gravitacional.
Força que provém do peso de todo meu arrependimento, arrependimento por não ter dito antes, e por ainda não saber o que dizer na maioria das situações, e ainda não saber o que dizer pra mim mesmo, tendo discernimento entre o que é real e o que é esperado.
O esperado é sempre um rascunho de um roteiro. Tanto muda, toma proporções que a gente nem imagina.
E eu vivo nesse rascunho.
Não tenho perspectiva o suficiente pra lapidar meus rabiscos antes de voltar a rabiscar.
Eu vivo de rabiscos, mas ninguém vive deles.
e eu vivo nessa idéia de rascunho, e me convenço, por que já me convenci, de que no final, o que importa é o que a gente acredita.
e talvez assim, se eu acredite ser uma boa pessoa, isso é o que importa, indiferente de eu ter passado a vida inteiro me convencendo de que todas as minhas ações são amor próprio ou ignorância do instinto de viver.
Não sei por que, principalmente, durante muitos períodos da minha vida, não queria estar vivendo.
Mas estou, e continuo, dia após dia, me convencendo que isso é o certo, que vale a pena....
Mas não sei até que ponto posso continuar me convencendo que sou bom nisso.
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