quinta-feira, 8 de junho de 2017

Brasa Ø



As folhas
Da árvore do vizinho
Caem incessáveis
E não há nenhum passarinho
A cantar de madrugada
Antes do sol nascer
Antes que nada
Ouse aparecer
Não há som nenhum
Quando devia ter

Você costumava ser
Como o trepidar da lareira
Me aquecendo a noite inteira
Mas agora está de manhã
E eu começo a suar
E eu tenho medo de me queimar
Medo de não conseguir parar
Esse fogo
Sem mais precisar
Sem conseguir esperar

Sua mão no meu rosto
No meu peito
Derreteram as minhas primeiras camadas
Tudo que é bom
Nas horas erradas
E eu espero sarar, tento esperar
E não aguento
O tempo é lento demais
E meu coração esta faminto
Está a fraquejar
A começar a desistir
E a trepidar
Pulando um compasso
Perdendo o enlaço
De uma vez mais
E não dá pra voltar atrás
Essa dor é verdade
E nenhuma boa ação
Sai impune
E eu também não sou imune
A tudo isso que machuca
Pelo contrário,
Estou exposto, estou na luta
Sem saber lutar


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