quinta-feira, 8 de junho de 2017

outra dose melancolica



Achava que era pouco a pouco
Mas foi abruptamente
Aceito que estou louco
Ou que não estou mais consciente
Que não faça parte dessa massa
Que não importa o que eu faça
Eu continuo vagando como um delinquente
Perdendo aos poucos, exacerbando solidão
Sinto como se estivesse numa via rápida
Mas estou na contramão
Esperando alguém me salvar
Ou algum carro me pegar
Exalando melancolia
Dia após dia
Esperando alguma solução
Esperando meu peito estarrecido
Se fechar
Esperando o café amanhecido
Esquentar
Esperando alguma novidade
Alguma direção
Ou um carro vindo na contramão
Do meu sentido
Eu já devia ter ido
Devia andar, devia correr
Mas eu não consigo ver
Não consigo me mexer
Meus pés enraizados no asfalto
Em silêncio, eu grito alto
Esperando alguém me ouvir
Esperando alguém notar as lagrimas acumuladas
Embaixo dos meus olhos
Como bolsas roxas de sono
Esperando cair como uma folha de outono
Mas não dá mais
Ou me pega
Ou eu vou
Para o bar mais próximo
Vivenciando o ócio
Que esse idealismo nos faz sentir
Então pede pra eu ir
Ou eu peço pra voltar
Só sei que assim
Não vai dar

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