Eram pequenas raspas de gelo
Caiam, dançando levemente no ar
De um lado para o outro
Até tocarem minha pele e se desfazerem
Derretendo nessa superfície viva
E eu estava vivo, e nada mais importava
Era apenas mais um momento
Congelado e dançando no ar, lento
De um lado para o outro
Até se desfazer nessa superfície artificial do meu
consciente
Daquele que pensa e não sente
E não está aqui
Eu estou vivo
Cada vez mais, com cada raspa que derrete nos meus braços
nus
No meu rosto frágil e etéreo
Meus pensamento vão de mono para estéreo
E nessa dança lenta no ar gelado
Tudo faz sentido
Tudo que eu percorri
Tudo que eu venho sentido
Sem sentido
Até então
Graças ao meu coração
Bombeando sangue, vida
Sentimento
Derretendo o gelo
Desfazendo o momento
E deixar aguardar
Pra acumular
E quando a manhã chegar
Você estará sozinho, com tudo o que precisa
O céu e o chão, e uma pintura preta e branca
E o silêncio e a harmonia, e o trepidar
Estar onde eu preciso estar
Pra entender
Pra fazer sentido
Tudo que eu tenho sentido
Pra poder rever
Tudo o que tinha mentido
E eu estou vivo
Tenho o frio e a dor pra me lembrar
E o sol por vir pra descongelar
E desfazer...
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