sexta-feira, 6 de maio de 2016

Na noite

E aqui estou eu novamente, ouvindo a noite em uma noite qualquer, lembrando de tantas outras noites que eu gostaria que se repetissem, todo dia, e o peso disso me colapsa por dentro, como uma estrela que colapsa em sua própia massa, meus passos parecem pesados e eu não sei qual vai ser o último antes do meu rosto ir de encontro ao chão, cada cigarro que passa eu espero que o tempo passe mais rápido, que essa merda pare de doer de uma vez, pare de arrancar a casquinha cara, para de deixar o sangue correr pelos seus braços e pingar pelos seus dedos, esperando que alguém veja, esperando que alguém te veja e queira te consertar, ninguém vai vim cara, essa porra só te deixa mais fraco, só faz cada passo mais pesado, cada dia mais longo e cada respiração mais difícil, e tem sido difícil, o dia veio e agora tu ve o estrago, e agora você deixa o sangue correr esperando alguém ver, ninguém vai ver, ninguém vai ver...
Eu passo o dia pensando em tudo isso, complicando qualquer merdinha na minha cabeça e esquecendo do básico, da essência, devia ser fácil, não? porque eu sinto tanta dificuldade nisso? em cada coisa que faz meu coração vibrar enquanto minha cabeça freia, e perde o controle, e perde o rumo...nem sei o rumo ao certo mais...só sei que ninguém vai vir, ninguém vai ver, e é um pé atrás do outro, cada cicatriz imaculada, o dia veio, o brilho do sol machuca meus olhos, e os passos continuam pesado, um pé atrás do outro....