segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Um dia frio e ensolarado.

 Os dias tem sido fechados.

Não só no céu, mas no coração também.

Nos últimos dias, chove, ás vezes pouco, ás vezes com fortes ventos e trovões.

Não só no céu, mas na minha face também.

Os últimos dias tem sido distantes.

Não só pela percepção alongada do tempo, não pela saudade do sol, mas também distante do que eu sou.

Ás vezes quero ser sol, quase sempre sol dias cinzas, enquanto desejo ser tudo isso, sem um ou outro, a vida não se faz.

Mas nos dias cinzas, chovem, lágrimas e palavras, e chuva, e por um momento, parece que é exatamente isso o que a vida está precisando nos últimos dias.

Nos últimos dias, ando triste.

Não só no cinza do céu e no silêncio dos dias, acho que assim como percebi a necessidade da chuva, sinto a verdade do que eu sou.

E eu não me lembro a última vez em que me senti, verdadeiramente, feliz.

Talvez por que tenho revivido memórias falhas, ou por que talvez eu tenha percebido a necessidade da chuva.

E como gostaria de ser sol, mas quase sempre sou chuva.

Um dia frio e ensolarado me bastava, poucas nuvens quem sabe.

Mas sol chuva, calafrio, trovão, blecautes, medo do incerto.

Sentir-se vivo no sentir a efemeridade da vida.

O frio está voltando, espero que o sol também.

Um dia frio e ensolarado me bastava.

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